Wednesday, November 14, 2007
A ÚLTIMA FOTO...
Uma singela homenagem a minha avó materna, ANA GERTRUDES PIRES...
Foi a minha parteira, criou-me até aos 6 anos e era a minha avó especial... Comecei a escrever, e a escrita fala nela... Aqui fica a última foto que lhe tirei (já nos anos 90 do século passado)... A melhor a cores das muitas que lhe tirei...
Ao fundo a folha de Santana (Quinta de Pantufo)...
O começo... Corria o ano de 1955, estávamos em Março e a Primavera tinha acabado de chegar. Os dias estavam a ficar mais longos, o sol brilhava agora mais tempo e a chuva já era rara. O dia 23 estava destinado a ser o dia da chegada a este mundo de António, o primeiro filho de Ana Teresa e Francisco.
À sua espera estavam as mãos experientes da avó materna, Ana Pires de sua graça. A senhora já tinha ajudado a nascer muitos bébés na região, a bem dizer em todos os montes perto da Ermida de Santana, onde vivia. Agora tinha chegado a vez do seu neto... do seu primeiro neto.
A infancia correu da melhor maneira nos campos de Santana até aos 6 anos de idade... os pais tinham seguido para Lisboa e António tinha ficado com os avós maternos. Na altura a vida estava difícil no Alentejo e os avós paternos acabaram por abalar também para a capital.
A casa era pequena mas o pai queria o filho por perto e a escola esperava por António na Grande Lisboa, Feijó, concelho de Almada. O pai, a mãe, a irmã mais nova e os avós paternos acabaram por partilhar uma casa no Laranjeiro.
A vida na grande urbe pareceu muito diferente ao rapazinho e amiúde a lembrança da avó Pires vinha-lhe à cabeça. Os avós nunca o esqueceram e sempre que podiam davam uma saltada a Lisboa para o ver... isso aconteceu só um par de vezes mas a António sabia-lhe muito bem ter a avó ou o avô por perto, nem que fosse só por alguns dias.
A escola ainda ficava longe de casa e todos os dias o rapaz metia-se a caminho com os amigos para palmilhar quase 3 km para ir e outros tantos para voltar... afinal de contas o mesmo que teria de palmilhar se tivesse ficado no monte de Santana. Era essa a distância até à vila de Serpa.
Da primeira classe lembra-se pouco... quase não aprendeu nada, da segunda classe pior, pois António detestava a professora e vice versa... amiúde levava reguadas por não fazer os deveres e acabou mesmo por chumbar o ano.
Uma nova segunda classe e uma professora à maneira fizeram-no descobrir a verdadeira escola e os muitos amigos.
Do que se lembra com mais gosto, os elogios da professora quando tirava as melhores notas da classe a aritmética e a história... Isso e as brincadeiras no recreio fizeram os trés anos da primária parecer um fósforo.
Da preparatória também tem boas recordações, a então vila de Almada pareceu-lhe uma grande cidade comparada com o sitio onde vivia, e em pouco tempo percorria com a facilidade dos 12 anos de idade todos os caminhos, de Almada velha a Cacilhas pelo miradouro, descendo as escadas até ao Olho de Boi, ou as ruelas de Mutela até à Romeira onde havia um centro de moagem e as fragatas do Tejo despejavam os cereais.
Este era o seu mundo e agradava-lhe a ideia de conseguir percorrer a pé tais distâncias... mesmo assim da escola até Cacilhas seriam 2 ou 3 km, e depois até à Romeira outros tantos.
Nesta altura do campeonato andar não era problema de maior. Com os muitos amigos chegava mesmo a fazer corridas para ver quem chegava primeiro. António como era magro e bastante ágil era frequentemente o primeiro.
continua...
À sua espera estavam as mãos experientes da avó materna, Ana Pires de sua graça. A senhora já tinha ajudado a nascer muitos bébés na região, a bem dizer em todos os montes perto da Ermida de Santana, onde vivia. Agora tinha chegado a vez do seu neto... do seu primeiro neto.
A infancia correu da melhor maneira nos campos de Santana até aos 6 anos de idade... os pais tinham seguido para Lisboa e António tinha ficado com os avós maternos. Na altura a vida estava difícil no Alentejo e os avós paternos acabaram por abalar também para a capital.
A casa era pequena mas o pai queria o filho por perto e a escola esperava por António na Grande Lisboa, Feijó, concelho de Almada. O pai, a mãe, a irmã mais nova e os avós paternos acabaram por partilhar uma casa no Laranjeiro.
A vida na grande urbe pareceu muito diferente ao rapazinho e amiúde a lembrança da avó Pires vinha-lhe à cabeça. Os avós nunca o esqueceram e sempre que podiam davam uma saltada a Lisboa para o ver... isso aconteceu só um par de vezes mas a António sabia-lhe muito bem ter a avó ou o avô por perto, nem que fosse só por alguns dias.
A escola ainda ficava longe de casa e todos os dias o rapaz metia-se a caminho com os amigos para palmilhar quase 3 km para ir e outros tantos para voltar... afinal de contas o mesmo que teria de palmilhar se tivesse ficado no monte de Santana. Era essa a distância até à vila de Serpa.
Da primeira classe lembra-se pouco... quase não aprendeu nada, da segunda classe pior, pois António detestava a professora e vice versa... amiúde levava reguadas por não fazer os deveres e acabou mesmo por chumbar o ano.
Uma nova segunda classe e uma professora à maneira fizeram-no descobrir a verdadeira escola e os muitos amigos.
Do que se lembra com mais gosto, os elogios da professora quando tirava as melhores notas da classe a aritmética e a história... Isso e as brincadeiras no recreio fizeram os trés anos da primária parecer um fósforo.
Da preparatória também tem boas recordações, a então vila de Almada pareceu-lhe uma grande cidade comparada com o sitio onde vivia, e em pouco tempo percorria com a facilidade dos 12 anos de idade todos os caminhos, de Almada velha a Cacilhas pelo miradouro, descendo as escadas até ao Olho de Boi, ou as ruelas de Mutela até à Romeira onde havia um centro de moagem e as fragatas do Tejo despejavam os cereais.
Este era o seu mundo e agradava-lhe a ideia de conseguir percorrer a pé tais distâncias... mesmo assim da escola até Cacilhas seriam 2 ou 3 km, e depois até à Romeira outros tantos.
Nesta altura do campeonato andar não era problema de maior. Com os muitos amigos chegava mesmo a fazer corridas para ver quem chegava primeiro. António como era magro e bastante ágil era frequentemente o primeiro.
continua...
Comments:
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Tenho tantas saudades da nossa avozinha, se acreditasse em santos, ela seria a minha preferida.
Beijinhos Primos
Beijinhos Primos
Momentos da infância, histórias de uma vida que vão ficando distantes à medida que avançamos no tempo ou serão as memórias que recuam? Seja como for, todas essas são marco de uma existência e pilares daquilo que és hoje.
Abraço amigo
Abraço amigo
Caro Antonio, grande espanto o meu quando te encontro um comentario teu a uma duvida minha num forum de um jogo de fotografia(conhecido pelo PPP).
Conheço de vista do belos concertos de Metal que já assisti até hoje, tal como das vindas no mesmo barco que tu, e agora vejo-te por estas andanças que desconhecia da tua pessoa.
Aqui tens um belo espaço e umas belas memorias que tentarei passar a acompanhar.
Um forte abraço
Occultvs
Conheço de vista do belos concertos de Metal que já assisti até hoje, tal como das vindas no mesmo barco que tu, e agora vejo-te por estas andanças que desconhecia da tua pessoa.
Aqui tens um belo espaço e umas belas memorias que tentarei passar a acompanhar.
Um forte abraço
Occultvs
Bela foto de um modelo ainda mais belo.
Também sou de raízes alentejanas, com muito orgulho.
Bem haja!
Também sou de raízes alentejanas, com muito orgulho.
Bem haja!
Olá António
Gostei de ter assistido à tua entrevista na TVI tens cá uma voz...
Sabes que o casamento da minha filha foi muito parecido com o teu só que em vez de caracóis foram celebrar na pizaria.
A paixão da musica é que é a mesma.(Metálica)
Um abraço
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Gostei de ter assistido à tua entrevista na TVI tens cá uma voz...
Sabes que o casamento da minha filha foi muito parecido com o teu só que em vez de caracóis foram celebrar na pizaria.
A paixão da musica é que é a mesma.(Metálica)
Um abraço
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